quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Imagens da França no Brasil.

Hoje pensei com gente importante!
Fui ao colóquio sobre As Imagens da França no Brasil: do modela à caricatura, que aconteceu na Fundação Casa de Rui Barbosa. As atividades foram inauguradas com uma breve comunicação do cônsul geral da França no Rio de Janeiro Sr. Hugues Goisbeault, que explicou sobre o que seria o ciclo de palestras e falou sobre a diferença que nota quando como o mesmo diz que é francês em solo Brasileiro, não o consideram “gringo”, mas francês.
A palestra que mais me chamou a atenção foi a do Sr. Robert Frank da Université Paris 1 Panthéon-Sobornne, ele falou sobre a formação das imagens e imaginário e como isso pode moldar as relações internacionais.
Segundo o mesmo os primeiros a divulgarem as imagens dos países foram os viajantes, que muitas vezes fantasiavam acontecimentos para ter algum ganho com isso.
Sr. Frank fala ainda sobre um capital de imagens e a ambivalência de relações entre os significados dessas imagens. Dando um exemplo (mais ou menos) assim:
Se um homem é politicamente de direita não significa que ele concorde com tudo de direita, ou ainda que ele não possa concordar com ideais de esquerda. Ele pode concordar com ideais de esquerda e ser de direita e vice-versa.
Ou seja, o positivo e o negativo estão sempre entrelaçados nas leituras de imagens e imaginários, e em tantas outras formas de relação e sistemas de representação.
Então, se esse homem que é de direita tornar-se de esquerda, não significa que ele mudou de lado, apenas mudou de idéia. Nas palavras do mesmo “Uma questão de química”. RS
O palestrante falou ainda sobre a imagem do outro, do espelho entre você e o outro. Considerando o outro um pretexto para você ter seu auto-retrato no espelho e questiona: “Por que a imagem do outro? Precisamos da imagem da França no Brasil?”
A imagem da França no Brasil contaria mais sobre a história do país tropical que do primeiro. Achei isso fantástico, porque não se aplica “apenas” às relações entre países... Isso diz mais sobre pessoas! O quanto precisamos ver o outro como sujeito para nos entendermos como tal?
Foi destacada ainda a temporalidade nas relações entre as imagens nacionais. O futebol no case França X Brasil, aparece como um agente de mudança de “status”, os franceses se consideravam superiores, no entanto, perderam no futebol. O inverso também aconteceu, os franceses se consideravam inferiores e levaram a nossa taça em 98.
A partir do lançamento o filme Orfeu em 1959 começa, segundo Sr. Robert, a mudança da imagem do Brasil na França. O país perde o lugar de exótico e ganha o posto de autêntico, graças a manifestações como o samba, bossa nova etc.
O Professor disse ainda que o governo Francês destina mais da metade do orçamento do ministério das relações exteriores para financiamento da cultura, fazendo da mesma maneira de divulgar o país e fazer a manutenção da imagem do país, como centro de cultura, arte etc. Ele nos coloca diante da questão: “quanto isso melhoraria e ajudaria no marketing do lugar e como beneficiaria as relações comerciais?”
-Continua-

Um comentário:

  1. Como sempre digo esta é minha flhinha!
    Infinitamente melhor que a mãe!

    Adorei!

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